Acima, quinze fotos de nossa última visita a Fortaleza de Massada, refúgio judaico após a expulsão e incêndio de Jerusalem no ano 70 da era cristã. Fotos exclusivas do Cafetorah.com, respeite os direitos autorais.
Cafetorah.com têm o prazer de oferecer aos seus navegantes um video clip exclusivo da Fortaleza de Massada.
Massada (ou Metsadáh em Hebraico, מצדה) é uma fortaleza natural de beleza majestática no Deserto da Judeia sobre o Mar Morto. É o símbolo da destruição do antigo reino de Israel, da violenta destruição do último reduto de patriotas judeus pelo exército romano no ano 73 a.C.. Foi construído com um complexo de palácios, ao estilo clássico do Império Romano antigo, por Herodes, o Grande, Rei da Judeia, (37 a.C. – 4 a.C.). Os acampamentos, fortificações e rampa para ataques que circundam o monumento constituem o mais completo conjunto de cerco romano a sobreviver até aos dias de hoje.
É também um pontos turísticos mais visitados em Israel. Atrai milhares por sua beleza única como uma fortaleza no meio do deserto e pela história fascinante de seu passado.
A História de Massada (Metsadáh)
Sua guarnição, constituída por menos de mil pessoas, incluindo mulheres e crianças, e liderada por Eleazar Ben Yair, resistiu dois anos ao cerco romano, mas foi subjugada pelos 15 mil soldados da X Legião do exército mais poderoso da época. Os judeus que resistiram em Massada preferiram a morte a tornar-se escravos dos romanos e tiraram suas vidas com suas próprias mãos.
Nossa única fonte histórica é representada pela obra de Flavius Josephus , “A Guerra dos Judeus”. Josephus era um judeu romanizado que escrevia para os romanos e queria, portanto, agradar a seu público. Os historiadores modernos concordam que realmente um grupo da seita dos Zelotes mata a si e as suas famílias e ateou fogo em algumas construções de Massada.
Subida ao Monte pode e deve ser feita por teleférico.
O relato de Flavius Josephus (Yossef Matitiahu) se mostrou bastante preciso. Este, nascido Yossef Ben Matitiahu, de uma família de sacerdotes, era um jovem quando ocorreu a grande revolta judaica contra Roma, em 66 DC. Nomeado governador da Galiléia, sobreviveu ao pacto de suicídio(autor do próprio pacto) dos últimos defensores de Yodfat e se rendeu a Vespasiano, que logo depois seria proclamado imperador. Sob o nome de Flavius Josephus tornou-se cidadão romano e historiador bem sucedido.
De acordo com Flavius Josephus (Yossef Matitiahu): “Neste topo da colina, Jonathan, o grande sacerdote, construiu uma fortaleza que a chamou Massada: depois disso a reconstrução do local foi realizada em grande parte pelo rei Herodes”. (Guerra dos Judeus. Livro VII, capítulo VIII). Na primavera do ano 73 d.C., o general Silva reassumiu as operações militares no sul da Judéia. Restava apenas um centro de resistência judeu localizado em Massada. Em março, com o general Silva à frente, os homens da 10ª Legião saíram de Jerusalém e se dirigiram para o Mar Morto, ao sul, exatamente um dia antes de março terminar.
Massada é uma montanha de topo achatado, de pedra marrom-dourada, que se eleva a cerca de 520 metros acima do Mar Morto, a dois quilômetros e meio de sua praia ocidental. No topo de forma ovalada, de 200 metros de comprimento por 60 metros de largura, o rei Herodes, o Grande, tinha construído um palácio sobre as fundações de uma antiga fortaleza. Na primavera de 73 D.C., a fortaleza foi ocupada por 960 zelotes, sob o comando de Eleazar ben Jair. Outro comandante judeu, que era um dos oficiais guerrilheiros envolvidos na defesa de Jerusalém, era o zelote Judas. Ele tinha fugido para Massada após a captura da cidade e juntou-se a seus companheiros, preparando-se para uma longa permanência.
O Caminho da Serpente.
Herodes o Grande tinha construído Massada como um local para retirar-se em tempos de difíceis. Sempre havia a possibilidade de que seu próprio povo se rebelasse contra ele que sempre soube que a rainha Cleópatra do Egito tinha um olho em seu reino. Apenas sua firme amizade com Marco António o manteve no trono.
Além do confortável palácio que Herodes construíra na extremidade ocidental do topo, ele também manteve um grandioso arsenal em Massada. Quando os zelotes conquistaram a fortaleza, encontraram alí um estoque de armas suficiente para equipar um exército de dez mil homens, bem como ferro, bronze e chumbo para a fabricação de armas e munição. Os armazéns estavam cheios de grãos, óleo, tâmaras e vinho, enquanto os jardins fperteis podiam providenciar alimentos frescos e os canais entalhados na rocha calcárea capturavam e conduziam a água da chuva para grandes reservatórios subterrâneos, com capacidade superior a 200 mil galões.
Quando o general Silva e a 10ª Legião chegaram à frente do penhasco de calcário gigante, Massada (seu nome significa montanha firme). Os zelotes já estavam ocupando a fortaleza há sete anos, desde o dia em que tinham massacrado a 3ª Legião da Gallica que se posicionaou alí em 66 D.C., no início da revolta judaica. Silva imediatamente colocou a 10ª Legião para trabalhar na construção de acampamentos no lado oeste da montanha.
Foram criados oito acampamentos romanos na região, os vestígios de suas muralhas e ruas ainda podem ser vistos atualmente do alto de Massada, envolvendo um número estimado de 15 mil legionários, auxiliares, seguidores de acampamento e prisioneiros judeus escravizados.
O general Silva de origem hispânica também construiu uma muralha de circunvalação ao redor de Massada. Com mais de duas milhas de comprimento e interceptada por fortes e torres, a muralha tinha cerca de três metros de altura. Como nos acampamentos, a muralha ainda está lá, embora sua altura tenha se reduzido à metade com o passar dos séculos. Os romanos tiveram de levar todo o seu suprimento de água e alimento para o local e o general Silva usou os prisioneiros judeus para esse trabalho.
Os Armazéns de Herodes
O trabalho de construção foi reservado aos homens da 10º Legião. Nem mesmo os auxiliares se envolveram na construção. Os legionários possuíam as habilidades necessárias e eram de confiança nesse assunto. Além disso, os romanos há muito sabiam que o trabalho duro endurece os homens. Havia apenas dois caminhos para se alcançar o topo de Massada. Um deles, no lado oriental, chamado de o Caminho da Serpente que corre lateralmente na montanha por cerca de seis quilômetros e meio, tão estreito que alguém que o utilizasse teria que pôr exatamente um pé à frente do outro. O outro, no lado ocidental, era guardado por um forte a 450 metros de altura.
A oeste, 137 metros abaixo do topo de Massada, a oeste, e separado dele por um vale rochoso, havia um promontório chamado de Penhasco Branco. O general Silva decidiu que, desde este promontório, seria construída uma única rampa para o topo da montanha. Dando instruções para que seu oficial engenheiro-chefe realizasse tal operação, ele assistiu por semanas ao trabalho de movimentação de terra.
Dia a dia, a rampa cobria o vale entre o Penhasco Branco e Massada, subindo pela lateral da montanha. Com um gradiente de um para três e uma base de 210 metros, ela finalmente alcançou os 100 metros de altura. No topo dela, uma plataforma de 22 metros de altura por 22 de largura I foi construída. Uma torre de cerco de 28 metros de altura foi rolada rampa acima e, depois, alojada contra a muralha da fortaleza. Enquanto os artilheiros nos vários níveis da torre mantinham fogo constante com os escorpiões e ballistas, mantendo as posições de defesa próximas livres dos defensores judeus, o bate-estaca do nível inferior golpeava a base da muralha de pedra.
Com o tempo, a muralha cedeu e os homens da 10 Legião entraram pela brecha e verificaram que os zelotes tinham construído uma segunda muralha interna. Quando os bate-estacas romanos atacaram essa segunda muralha e seus primeiros golpes derrubaram a terra que a cobria, revelou-se que ela tinha sido construída com vigas de madeira deitadas alternadas com camadas de pedra. Como Júlio César descobrira na Gália, um século antes, quando ele e a 10 Legião cercavam fortalezas gaulesas, os bate-estacas não tinham qualquer efeito sobre muralhas desse tipo. A madeira absorvia os golpes do bate-estaca.
O Palácio de Herodes ( O Palácio Norte )
Na tarde de 2 de maio, o general romano(hispânico) Silva cancelou o trabalho das equipes do bate-estaca e enviou homens armados com tochas flamejantes. A muralha queimou rapidamente. Um vento forte soprou inicialmente sobre os romanos antes de mudar de direção e apagar as chamas. Deixando um guarda forte na muralha queimada para assegurar que nenhum judeu do topo escaparia à noite, Silva ordenou que fossem feitas as preparações para um ataque total na manhã seguinte, pela brecha na muralha queimada. Depois foi dormir.
Os zelotes de Massada podiam ver o que estava acontecendo do outro lado da muralha. Eles sabiam que, no dia seguinte, ocorreria o ataque final dos romanos. Naquela noite, após o discurso do chefe da fortaleza, os homens concordaram que preferiam morrer em honra doque cair nas mãos dos romanos incircuncisos. Voltando-se às suas mulheres e filhos e cortando-lhes os pescoços. Em seguida pediram aos seus companheiros para os matarem. Uma vez mortos os homens, dez zelotes, incluindo Eleazar ben Jair o líder, permaneceram. Eles queimaram tudo o que possuíam, escreveram seus nomes em pedaços de cerâmica quebrada e sortearam qual deles mataria os outros. No final, um homem permaneceu. Após atear fogo ao palácio, ele caiu sobre sobre sua própria espada ao lado de sua família morta.
Alguns dos Artefatos de Arqueologia achados em Massada.
Na manhã de 3 de maio, os legionários da Hispânia da 10 Legião passaram por uma brecha na segunda muralha prontos para lutar, mas não para o silêncio desolador que os recebeu. Ao gritarem convocando os judeus para lutar, vieram apenas uma idosa seguida por uma mulher mais jovem, uma parente de Eleazar e cinco crianças pequenas. Enquanto todos os outros estavam mortos, essas mulheres e crianças esconderam-se em um dos canais subterrâneos de água.
Ao chegar no topo das construções, os romanos descobriram os corpos dos mortos e enalteceram a nobreza final dos zelotes. Isto marcou o fim da Primeira Revolta Judia. Depois de Massada, não haviam mais rebeldes na terra santa para lutar contra os romanos.
No passado houve também uma igreja bizantina nos séculos V e VI. Desde então ficou praticamente abandonada até ao século XX.
Massada passou por intensas escavações arqueológicas, entre 1963 e 1965, realizadas por Ygal Yadin, com a colaboração de centenas de voluntários provenientes de Israel e do mundo inteiro.
A Visão Panorâmica é simplismente deslumbrante.
Visita ao Local
Massada está aberta à visitação durante o horário normal de expediente comercial(de 9 ás 17:00 hs). O acesso deve ser feito pelo norte, pela estrada que contorna o Mar Morto. No local há um bom estacionamento, e bonde teleférico de acesso. A subida também pode ser feita de graça pelo caminho da serpente, uma trilha que sobe pela encosta. Uma boa sugestão é pagar pelo teleférico somente a ida e descer pela trilha, o que leva cerca de uma hora, com um visual fantástico.
Ao pôr-do-sol o teleférico para de funcionar e para os que descem neste horário a lanterna é excencial. Deve-se levar muita água, pois a região é uma das mais áridas no mundo.
Massada fica junto bem próxima as praias do Mar Morto, onde se tomar o famoso banho de lama medicinal e flutuar em suas águas. Há banheiros, chuveiros e um bom restaurante de estrada com estacionamento.
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