Crise Imobiliaria
Nos últimos dias estamos sendo testemunhas de uma grande mobilização jamais vista em Israel na área social. O israelense que sempre foi considerado um tanto apático as questões sociais, parece finalmente ter perdido a paciência bíblica em relação as questões sociais no país.
Nos últimos dias milhares de jovens estudantes de todo o país e casais jovens que procuram moradia estão saindo as ruas em protestos pelos altos preços de imóveis, principalmente no centro do país, onde apartamentos de dois quartos, sala, cozinha e banheiro pode chegar a mais de um milhão de shekels, algo em torno de 400 mil reais. Apartamentos um pouco maiores, três ou quatro quartos estão chegando na casa de um milhão e meio de shekels no centro do país.
A falta de novos projetos estã encarecendo os imóveis até mesmo nas periferias mas desenvolvidas como em Beer Sheva, a capital do Negev ou em Haifa e Afula na Galiléia, porém há um outro dado impressionante, há também milhares de imóveis em más condições de uso que a população se recusa a comprar ou alugar, portanto, permanecem vazios.
Crise no sistema de saúde
Um pouco antes da crise imobiliária, a mais de três mêses estão fazendo greve parcial em Israel os médicos e enfermeiras, eles estão reclamando o alto número de turnos e o excesso de horas de trabalho, há médicos que fazem turnos de até 24 ou 48 horas, tudo isto por falta de mão de obra e incentivo para a formação de novos profissionais na área de saúde.
O governo que já até tentou através do sistema de justiça uma ordem judicial para obrigar os médicos a voltarem ao trabalho, se depararam um uma justiça flexível que está considerando a greve dos médicos legal e obrigando-o a voltar as negociações.
Os médicos pedem melhoras nos salários, aumento do contigente, insentivo as carreiras na área de medicina, menos turnos e menos horas de trabalho.
Estas duas crises têm trazido ao governo de Benjamin Netanyahu um grande pressão justamente ligada a área econômica e social do país, algo que era inesperado, a pressão contra o seu governo anterior veio em relação ao processo de paz e as negociações com a liderança palestina.
Projeto de Lei
Sobre pressão, os parlamentares, liderados pelo Primeiro Ministro estarão levando ao Kinesset uma série de leis que venham a incentivar a construção de moradias populares e moradias para aluguéis nos próximos anos, outros incentivos virão para levar os estudantes a buscarem moradias na periféria, bem como a melhora de residências que hoje estão praticamente abandonadas em cidades grandes.
Crise Ilusória
Se analizarmos realmente a situação em Israel, veremos que não na realidade uma crise imobiliária, o que vemos é um grande número de estudantes e jovens que se recusam a morar um pouco distante dos centros de trabalho e das universidades, visto que basta “viajar” vinte ou trinta quelômetros de Tel Aviv, para cidades como Ramla, Lod, Yavne, Beer Yaakov e etc e encontra preços bem acessíveis tanto para compra como para aluguel. O acesso a estas cidades é simples, rápido e o transporte é constante, seja de ônibus ou de trem.
Ao mesmo tempo que há crise, a grande maioria da população não se move a favor dos estudantes, pois considera falsa a sua motivação, além disso, há parlamentares que acreditam que nada passa de uma pressão dos partidos de esquerda afim de derrubar o governo de Benjamin Netanyahu justamente por algo que não era esperado.