A região de Paran é um dos locais mais interessantes tanto do aspecto geográfico e geológico quanto espiritual e estratégico. Um deserto localizado entre as montanhas altas da Jordânia e as montanhas altas da península do Sinai, foi nesta região que os hebreus se formaram como um povo, foi aqui que se concebeu o que hoje conhecemos como o Povo de Israel.
Em nossas viagens de férias em Israel, sempre procuramos conhecer uma região nova, se for distante de nossa residência no centro do país, nos hospedamos alí afim de conhecer melhor a região. Desta vez tivemos o privilégio de conhecer a região de Paran e o Moshav(vilareijo), que por sinal é muito bonito e bem organizado. Então segue adiante mais detalhes sobre este local que merece ser visitado.
FUNDO HISTÓRICO E BÍBLICO DE PARAN
O Deserto de Paran ou deserto de Parã (hebraico מדבר פארן Midbar Par’an), é o lugar onde os israelitas passaram a maior parte dos seus 40 anos de peregrinação.
O Rei Davi passou algum tempo no deserto de Paran depois que Samuel morreu (I Samuel 25:1). É também o lugar de onde a serva de Abraão, Hagar e seu primeiro filho Ismael foram tomados (Gênesis 21) e aparecem nas primeiras linhas do livro de Deuteronômio.
“Então, Deus abriu-lhe [de Hagar] olhos e ela viu um poço de água. Então, ela correu e encheu a botija(de pele) com água e deu de beber ao menino. Deus estava com o menino como ele cresceu. Ele viveu no deserto e tornou-se um arqueiro. Enquanto ele estava vivendo no deserto de Parã, e sua mãe tomou uma esposa para ele do Egito. Naquele momento o comandante das forças de Abimeleque, Ficol disse a Abraão: “Deus está com você em tudo que você faz. (Gênesis 21:19 — 22, NVI) ”
“Ele disse: ‘O Senhor veio do Sinai e amanheceu sobre os montes de Seir; ele resplandeceu desde o monte Parã. Ele veio com miríades de santos do sul, no caminho de sua montanha. (Deuteronômio 33:2, NVI) ”
“Estas são as palavras de Moisés falou a todo o Israel no deserto a leste do Jordânia – que é, na Aravá – So(u)ph oposto, entre Parã e Tofel, Laban, Hazerote e Di-. (Deuteronômio 1:1, NVI)
“Então os israelitas partiram do deserto do Sinai, e viajou de um lugar para outro até que a nuvem parou no deserto de Parã. (Números 10:12, NVI)”
Um lugar que quase nunca mudou
Pessoalmente já estive no Deserto de Paran, e todas as vezes que viajo em direção ao sul, a caminho de Eilat, sempre que me deparo com este lugar sou impactado por ele, nunca compreendi bem o porque, mas parece que agora tenho como entender pelo menos parte do motivo.
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Em uma pesquisa geológica realizada na região, no Deserto de Paran foi constatado que este lugar é uma verdadeira relíquia geológica, segundo os estudos, o Deserto de Paran não mudou., nem muda há mais de “10 milhões de anos”, se este fato é verdadeiro, isto quer dizer que este lugar é o mesmo hoje como era nos dias em que o povo de Israel viveu ali por cerca de 40 anos.
Infelizmente, por causa da distância e da dificuldade de acesso, este lugar normalmente está fora dos roteiros turísticos, mas para mim é uma das principais recomendações a aquele que busca conhecer a Terra Santa como ela era a milhares de anos atrás.
MOSHAV PARAN
Paran (hebraico: פָּארָן) é um pequeno moshav no vale Arabá (ou Aravah em Hebraico) ao sul de Israel. Localizado a cerca de 100 km ao norte de Eilat, que está sob a jurisdição do Conselho Regional de Arava Central. Em 2009, tinha uma população de cerca de 100 famílias.
O moshav foi batizado como o nome da Bíblia (Gênesis 21: 20-21): “E Deus estava com o menino, e ele cresceu e, morando no deserto, tornou-se flecheiro e habitou no deserto de Parã …e sua mãe tomou-lhe uma mulher da terra do Egito.”
ECONOMIA DO MOSHAV
Além disso, 14 das famílias executar um estábulo de 40-45 vacas leiteiras cada. Entre os menores ramos agrícolas são um pomar de tamareira e produção de perus.
Algumas famílias para complementar sua renda com outras atividades, como uma escola de passeios a cavalo, um viveiro de mudas de flores e vegetais, indústrias artesanais que produzem artes e artigos, e passeios de jipe.
Em 2008, novas regras em Israel tornaram a energia solar rentável. Algumas famílias começaram a produzir eletricidade (comercialmente) a partir de usinas de energia fotovoltaica(solar) de 50 kWp (por família), aproveitando alta diária de Radiação Solar e tempo seco, afinal de contas, a Aravah é a região mais árida do país.
CULTURA
O moshav oferece aos seus membros uma variedade de serviços comunitários, incluindo um jardim de infância, creche, clube dos membros, clube de jovens, piscina, salão de ginástica, jardins públicos exuberantes e uma biblioteca bem abastecida.
INCIDENTE DE SEGURANÇA
Na primeira foto da reportagem onde mostra um monumento com uma inscrição, pode-se revelar o fundo histórico de um incidente de segurança grave que ocorreu em 1953.
Veja o que esta escrito em Hebraico:
Daqui saíram em 15 do mês de Elul de 5750 rumo a Petra, a Rocha Vermelha. Arieh Arik Manar, Eitan Mintz, Gila Druker Ben Akiva, Yaakov Klek Klifeld e Miriam Mondror… 5750 = 1953.
Um grupo de cinco viajantes israelenses passeando. Eles cruzaram a fronteira com a Jordânia 27/08/1953) rumo a Petra, e logo depois se encontraram com uma força de fronteira jordaniana. De acordo com uma versão um deles foi picado por uma serpente na viagem, eles decidiram procurar ajuda no posto policia jordaniano e retornaram. Um dos policiais fechou o portão atrás deles, e atirou em todos até a morte. Os corpos foram levados para Israel, alguns dias depois.(1953/08/31).Este monumento mostra o local por onde cruzaram a fronteira no último dia que pisaram na Terra de Israel.
Seria o Monte Karkom o Monte Sinai?
O Monte Karkom, leia-se Carcum, em Hebraico הר כרכום localizado junto a fronteira com o Egito têm todas as indicações para ser nada menos do que o Monte Horebe, o Sinai da Bíblia.
Segundo o arqueólogo renomado, Emmanuel Anati, cuja a tese foi adotada até mesmo pelo vaticano, o Monte Sagrado onde Moisés recebeu os 10 Mandamentos não é o Jabel Musa, no sul da península do Sinai, mas sim esta montanha de 700 metros localizada em duas ramificações do riacho de Parã, no lado israelense da fronteira do Deserto de Parã.
Entre as muitas gravações encontradas no local, Emmanuel Anati destaca algumas que lembram passagens das escrituras sagradas a respeito do Êxodo israelita.
Segundo Anati, o termo SINAI vêm do nome do deus da lua, SIN que era adorado na antiguidade mesmo ante dos hebreus se instalarem na região, e o Monte Karkom por sua vez fica na fronteira entre os amalequitas, os midianitas e os idumeus, que disputavam o território conforme pode ser lido até mesmo na Bíblia.
Os Hebreus foram atacados quando passavam rumo a terra de Canaã da mesma forma que as filhas de Jetro tiveram problemas com os pastores na chegada de Moisés no livro de Êxodo.
E o sacerdote de Midiã tinha sete filhas, as quais vieram tirar água, e encheram os bebedouros, para dar de beber ao rebanho de seu pai.
Então vieram os pastores, e expulsaram-nas dali; Moisés, porém, levantou-se e defendeu-as, e deu de beber ao rebanho.
Êxodo 2:16,17
Emmanuel Anati crê que a região de disputa entre os povos era uma região sagrada para todos os povos da região, e portanto, nada mais natural do que também para o Povo de Israel. O Monte Sinai hoje conhecido como Jabel Musa ao sul da península do Sinai fica muito longe de onde viviam os midianitas, cerca de 350 quilômetros ao sul, enquanto o Monte Karkum está muito mais próximo.
Emmanuel Anati descobriu que a montanha era um grande centro de culto paleolítico, com o planalto circundante coberto com santuários, altares, círculos de pedra, pilares de pedra, e mais de 40.000 gravuras entalhadas em rochas.
Outra característica muito interessante que reforça a localização do Monte Sinai bíblico na região é a localização do Monte Karkum não muito longe de Kadesh Barnea e no meio do caminho do Egito para o Monte Hor, na região de Petra na Jordânia, o que seria a confirmação desta passagem bíblica:
Disse pois: O Senhor veio de Sinai, e lhes subiu de Seir; resplandeceu desde o monte Parã, e veio com dez milhares de santos; à sua direita havia para eles o fogo da lei.Deuteronômio 33:2
O texto acima demonstra uma rota direta entre três pontos cardinais, o Monte SINAI, o Monte SEIR e o Monte Parã, todos alinhados formam um caminho no norte da península do SINAI exatamente entre a terra de Edom e o Egito.
O Monte Karkum fica localizado exatamente no meio desta rota.
Acima gravação na rocha que lembra o Menorah, o candelabro de 7 braços que Moisés fez para colocar na Tenda da Revelação
Har Karkom era um centro de culto primordial e já era uma montanha sagrada na Idade do Paleolítico, atingindo o seu pico de atividade religiosa no terceiro milênio AC, quando era uma verdadeira “Meca” para os povos do deserto.
Os fatos escritos nos livros de Êxodo e Números contam com um fundo histórico, e se de fato ocorreu um êxodo do Egito com paradas no Monte Sinai e em Cades-Barnéia, o contexto cronológico pode referir-se apenas ao período BAC, e mais precisamente a fase BAC IV (2350-2000 AC), o que diverge do período aceitável do Êxodo na cronologia atual.
Har Karkom era uma montanha sagrada primária nesse período, e a topografia e a evidências arqueológicas do seu planalto parecem refletir a localização e o caráter do bíblico Monte Sinai. O problema de Emmanuel Anati é de que a datação do Êxodo em sua tese está por volta de 2300 AC, enquanto a maioria dos acadêmicos aceitam que o Êxodo teria ocorrido entre 1600 e 1300 AC, uma diferença de mil anos.
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