Conheça a história do muçulmano britânico que trocou o bullying contra judeus pelo choro no Muro das Lamentações. Depois de visitar Israel, Kasim Hafeez rendeu-se à verdade e lança agora um desafio aos desafetos do Estado Judeu: “Eu sou sionista, orgulho-me disso, apoio Israel e lhe pergunto: Você vai fazer o que?”
ISRAEL ERA MUITO MAIS DO QUE ELE ESTAVA ACOSTUMADO A VER, OUVIR OU LER!
Este blog surgiu da necessidade que senti de me juntar às poucas vozes que se levantam contra aqueles que difamam o Estado de Israel. Cansei-me de ouvir, assistir e ler um monte de besteiras vindas de pessoas que nunca puseram os pés na Terra Santa, pessoas que classifico como “idiotas úteis”, junto a causa antissemita, e “massa de manobra acéfala” nas mãos dos inimigos de Israel. Diversas vezes escrevi, aqui e alhures, que se essas pessoas vierem a ter a oportunidade de visitar a Terra Santa, haverão de mudar completamente os conceitos que têm a respeito do Estado de Israel e dos seus governantes, da mesma forma como acorreu com o muçulmano britânico Kasim Hafeez, cujo relato pessoal no jornal Yediot Aharonotemocionou o mundo. O depoimento, publicado na coluna OPINIÃO da edição online, repercutiu e está presente atualmente em centenas de sites e blogs de todo o mundo. Leia a seguir uma matéria baseada em reportagem de Elhanan Miller, publicada em português no site De Olho na Mídia.
JUNTO AO MURO DAS LAMENTAÇÕES PERCEBI O SIGNIFICADO DA INDEPENDÊNCIA JUDAICA E CHOREI
Na primeira visita que fez a Israel, Kasin Hafeez rodeou um ponto de ônibus por duas vezes, procurando uma placa onde estivesse escrito “somente árabes” e não a encontrou. A curiosidade em procurar tal indicação se deu pelo fato de que no meio onde Hafeez vivia era comum ouvir-se a acusação de que Israel promove um apartheid entre judeus e árabes. A expressão “apartheid” ficou famosa pela prática segregacionista de brancos contra negros que vigorou até o início do Século XX nos Estados Unidos e quase final do mesmo século na África do Sul. Um dos símbolos desta época foram as placas expostas nos ônibus e locais públicos indicando onde os negros deveriam se posicionar e, principalmente, onde eles nunca poderiam estar.
Numa segunda-feira, parado junto ao shopping Mamilla em Jerusalém, vestindo com uma camiseta azul do Chelsea e usando óculos escuros, Kasim Hafeez bem poderia passar apenas por mais um israelense comum a fazer compras ou um palestino a passear. Mas, longe de ser um nativo, Hafeez está visitando Israel como parte de uma busca pessoal, que tanto quanto emocional, é incomum.
“Eu estava no Muro das Lamentações e de repente, chorei como uma criança “, diz ele. “Eu percebi o significado da independência judaica. E foi triste lembrar o fato de que, não importam as razões, seis milhões de pessoas nunca puderam experimentar [a mesma sensação]. Israel é uma expressão do fato de que o povo judeu, simplesmente não quer mais ser oprimido”.
Hafeez, 28, tem, efetivamente percorrido um longo caminho desde sua casa em Nottingham, Inglaterra, onde ele cresceu em uma comunidade paquistanesa muçulmana muito unida. O antissemitismo sempre esteve presente, como pano de fundo, ele diz, mas os muçulmanos da Grã-Bretanha tornaram-se politicamente mobilizados após dois eventos impactantes: a publicação do livro de Salman Rushdie, “Os Versos Satânicos” e a guerra na Bósnia.
“Como um menino na casa dos seis anos, participei de um comício em Londres onde os livros de Rushdie foram comprados e queimados, assim como suas efígies”, diz ele.
Mas, a radicalização da comunidade paquistanesa da Grã-Bretanha alcançou seu apogeu quando aconteceram os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001. Hafeez diz que o ódio ao Ocidente misturou-se com teorias da conspiração que foram alimentadas por notícias mentirosas publicadas nos principais jornais da comunidade paquistanesa local. Artigos tendenciosos acusavam os judeus de terem planejado os ataques.
Como estudante da Universidade de Nottingham, Hafeez entrou para a Sociedade Islâmica em cujas reuniões as imagens de morte e destruição causadas pelo conflito israelo-palestino eram regularmente examinadas. As imagens nunca eram contextualizadas e nem interpretadas, servindo apenas para alimentar o ódio preexistente, diz ele.
Hafeez e seus colegas tinham a prática de perseguir no Campus os estudantes judeus que ousassem usar símbolos judaicos, como a Kipah. Nas aulas, qualquer questão acabava por desembocar na popularmente conhecida Questão Palestina, “mesmo que as discussões fossem sobre o petróleo na Antártida”. Segundo Hafeez, era comum que os professores alinhassem com os muçulmanos nestas questões.
“Nós sabíamos que estávamos praticando assédio moral [bullying], mas isso era justificado pelo fato de que Israel estava oprimindo os palestinos”, diz ele. Como os estudantes judeus se calavam “eu dizia a mim mesmo”, relembra Hafeez, “que eles ignoravam nossas provocações porque reconheciam que tínhamos razão, quando na verdade eles estavam a nos evitar, porque havia 50 de nós e apenas três deles.”
O ponto de transformação para Hafeez ocorreu quando ele se deparou com o livro “Em Defesa de Israel“, de Alan Dershowitz, em uma livraria.
“Eu disse a mim mesmo que iria ler o que escrevera o autor e facilmente refutá-lo”, mas a refutação dos argumentos de Dershowitz provou ser bastante difícil para Hafeez. Após meses de intensa pesquisa sobre a história de Israel e do conflito, ele estava tão emocionalmente perturbado que teve de deixar o seu trabalho e seus estudos.
“Quando eu me recompus, percebi que a única maneira de resolver minhas perguntas seria viajando para Israel”, diz ele. E assim ele o fez, em 2007.
Logo na chegada, Hafeez foi detido durante oito horas no aeroporto Ben Gurion. Mas ao invés de raiva, ele diz que a conduta do interrogador de segurança o deixou com uma impressão profundamente positiva. “O homem continuamente pedia desculpas por me segurar, pedindo que eu entendesse as ameaças à segurança que Israel enfrentava e enquanto me entrevistava oferecia-me xícaras e xícaras de café acompanhadas de bolos”.
Hafeez diz que o tratamento recebido em Israel estava em nítido contraste com o abuso racial que tinha sofrido como turista na Arábia Saudita, poucos anos antes, onde pessoas furavam seu lugar na fila alegando: “Se você é paquistanês, você pode esperar”.
Andando pelas ruas de Israel, Hafeez diz ter percebido que muitas das histórias que lhes tinham contado, eram simplesmente mentiras.
“Uma vez, eu circulei uma parada de ônibus duas vezes a procura de indícios de segregação racial, algum sinal dizendo ‘somente árabes’, mas não encontrei nenhum!”
Ao retornar para o Reino Unido, Hafeez disse que sentiu que tinha de transmitir suas experiências para um público mais amplo. Ele se juntou a uma organização judaica, mas deixou-a depois de perceber que estaria “pregando a convertidos”, pois ali todos já sabiam a verdade acerca de Israel.
Em 2011, ele se reuniu com representantes do grupo “Stand With US“, que atua dentro de Campus Universitários nos Estados Unidos, Europa e Israel, visando a conscientização dos estudantes sobre a verdade a respeito do Estado Hebreu.
Hoje, ele é faz parte do conselho consultivo da Stand With US, que recentemente o convidou para contar sua história a estudantes israelenses de Tel Aviv, Jerusalém e Beersheba. Na oportunidade Hafeez foi recebido pelo vice-chanceler israelense, Danny Ayalon.
Ao encerrar a entrevista, este muçulmano-sionista confidencia modestamente: “Eu não acho que minha história seja assim tão incomum, é apenas a minha vida”. Neste momento, ele acariciou um pingente com a Estrela de David, adquirido na primeira viagem que fez em 2007 e concluiu emocionado: “Eu seguro isso todas as vezes que sinto saudades de Israel, que são todos os dias. Eu sei que isso pode soar estranho, mas quando estou aqui, eu me sinto como se estivesse voltando para casa”.
Esta matéria foi Publicada primeiramente no BLO Notícias de Israel por Roberto Kedoshim(Santos)
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