Quem foi a primeira mulher, Eva ou Lilith?

Apesar de muitos conhecerem somente EVA como sendo a primeira mulher, na mitologia judaica nem sempre foi assim, influenciados pelo paganismo do Oriente Próximo, os judeus também creram que havia mais alguém antes de Eva, e existem alguns motivos para isso.

O primeiro Relato da Criação do Homem e da Mulher no Capítulo 1 de Gênesis não menciona a queda, e tudo indica que esta “Primeira Criação” era perfeita. Então muitos passaram a crer que o segundo relato se trataria de uma segunda criação, mas este conceito pode ser facilmente desfeito, uma vez que se seguirmos os diversos relatos na Bíblia, entenderemos que muitas vezes pode haver o Macro e o Micro.

Em resumo, não são poucos os relatos bíblicos do mesmo evento que se repetem, dando uma diferente ênfase e cada uma de suas camadas. Por exemplo, no Livro de Samuel fala-se sobre a origem da família de Davi, enquanto o Livro de Rute entra-se em alguns detalhes extras, outros detalhes diferentes podem ser vistos em Reis e Crônicas. A questão do relato da Criação do Home e da Mulher não é diferente, é apenas uma nova perspectiva sobre o mesmo evento, afim de nos ensinar dois conceitos importantes, o primeiro a perfeição, a união e a relação especial entre os dois e seu criador, e o segundo para revelar os resultados da queda, a imperfeição, a quebra-de-confiança e a separação definitiva do criador.

Lilith não era uma figura somente na mitologia judaica, mas sim parte integrante do panteão da mesopotâmia, onde onde os Hebreus tinham vindo originalmente.

Lilith (/ ˈlɪlɪθ /; hebraico: לִילִית Lîlîṯ) é uma figura na mitologia judaica, desenvolvida mais tarde no Talmude Babilônico que foi concluído entre o Século III e V da EC. Lilith é muitas vezes vista como um demônio perigoso da noite, que é sexualmente devassa, e que rouba bebês na escuridão. Lilith pode estar ligada em parte a uma classe historicamente anterior de demônios femininos (lilītu) da antiga religião da mesopotâmia, encontrada em textos cuneiformes da Suméria, do Império Acadiano, da Assíria e da Babilônia.

No folclore judaico, do livro satírico Alfabeto de Siraque que foi escrito entre 700 a 1000 EC, Lilith aparece como a primeira esposa de Adão, que foi criada na mesma época de Rosh Hashaná e da mesma argila de Adão – compare Gênesis 1:27. Isso contrasta com Eva, que foi criada a partir de uma das costelas de Adão em Gênesis 2:22. A lenda se desenvolveu extensivamente durante a Idade Média, na tradição da Agade, do Zohar e do misticismo judaico. Por exemplo, nos escritos de Isaque Ben Jacob Ha-Cohen do século XIII, Lilith deixou Adão depois que ela se recusou a se tornar subserviente a ele e depois não retornou ao Jardim do Éden, depois que ela se uniu ao arcanjo Samael.

Evidências em materiais judaicos posteriores são abundantes, mas pouca informação sobreviveram relacionada à visão Suméria, Acádia, Assíria e Babilônica dessa classe de demônios. Embora a conexão seja quase universalmente aceita, estudos recentes contestam a relevância de duas fontes anteriormente usadas para conectar a Lilith Judaica a Lilītu Acádica – o apêndice de Gilgamesh e os amuletos de Arslan Tash.

Em textos em hebraico, o termo Lilith ou lilit (traduzido como “criaturas da noite”, “monstro da noite”, “bruxa da noite” ou “coruja”) ocorre primeiro em uma lista de animais em Isaías 34:14, seja em forma singular ou plural segundo as variações dos primeiros manuscritos. Nos Pergaminhos do Mar Morto 4Q510-511, o termo ocorre primeiro em uma lista de monstros. Em inscrições mágicas judaicas em taças e amuletos do século VI da EC em diante, Lilith é identificada como um demônio feminino e as primeiras representações visuais aparecem.

Enfim, João Ferreira de Almeida poderia facilmente traduzir o texto de Isaías como Coruja, o que é uma criatura noturna muito comum em Israel, e poderia ser também traduzido como morcego, ambos vagam nos céus de Israel durante a noite. Infelizmente a imaginação fértil do passado entre os Hebreus, faziam com que eles buscassem explicações na mitologia mais próxima de sua cultura. Note bem que o mesmo foi influenciado pela tradição judaica posterior, e decidiu manter o termo Lilit por não saber seu significado real.

E as feras do deserto se encontrarão com hienas; e o sátiro clamará ao seu companheiro; e Lilite pousará ali, e achará lugar de repouso para si.

(Isaias 34:14 ALMEIDA)

É verdade o versículo poderia ser traduzido como ele o fez, mas se buscarmos os significados mais diretos, poderíamos facilmente traduzir desmistificando assim:

O morador do deserto encontrará a hiena, os cabritos chamará ao seu companheiro e lá descansará a coruja e encontrará lugar de descanso.

É muito importante salientar que a lenda de Lilith se fortaleceu somente na Era Medieval, quando o judaísmo passou a ser muito mais místico, quando começaram a surgir a Kaballah, o misticismo ou a bruxaria judaica como é conhecida por alguns. Atém então não passava de uma lenda distante, e mesmo assim, ainda não é aceita pela maioria dos judeus de uma forma geral. Em minha opinião, Lilith é mais uma daquelas sementes malditas que Satanás lançou no meio do Povo de Israel afim de confundi-lo, fazendo-o buscar outras fontes que não é a Palavra do Eterno em sua pureza. Desta forma, o inimigo aprisiona muitos, não somente judeus, mas cristãos também, em falsas lendas que não podem ser sustentadas nas sãs escrituras.

Diante de fontes tão duvidosas, tão pagãs e tão desconectadas das Escrituras Sagradas, não tenho dúvidas em afirmar que Lilith só existiu mesmo na imaginação de alguns que não conseguem conviver com as diferenças que existem em suas mulheres. Com a possibilidade de elas serem tão capazes quanto os homens, e foi por isso que Adonai as criou, para estarem ao nosso lado(costela, no mesmo nível) e nos complementarem. Abaixo Lilith, Viva EVA!!

Desde Sião,

Miguel Nicolaevsky