Muitos já questionaram o porque Yeshua – Jesus, teria cumprido realmente o papel do Messias, o Profeta semelhante a Moisés, e a alegação sempre foi relacionada aos milagres, sinais e prodígios, mas meu desejo é mostrar aqui que não é somente isso, há algo muito mais maravilhoso bem diante dos nossos olhos que muitas vezes deixamos de perceber.
Esta é a segunda parte de nosso estudo e se você ainda não leu a primeira parte, considere ler a anterior antes de prosseguir com esta leitura:
Meu desejo é mostrar através desta série de estudos que Yeshua Hamashiach não somente é o Profeta semelhante a Moisés, mas também é superior a ele, conforme o próprio profeta declarou e deixou claro, que os Israelitas não o ouviriam, mas a este profeta semelhante a ele os hebreus ouviriam:
“O Senhor teu Deus te suscitará do meio de ti, dentre teus irmãos, um profeta semelhante a mim; a ele ouvirás”
Conforme já citei antes, Yeshua – Jesus, se assemelha a Moisés em muitos aspectos, hoje estaremos abordando mais alguns deles. No primeiro estudo abordamos principalmente as características iniciais, ligadas ao nascimento sobrenatural, ao exílio e ao primeiro milagre, desta vez estaremos abordando mais alguns aspectos, ligados a questões teológicas que foram colocadas por ambos, tanto Moisés quanto Yeshua.
Moisés, ao contrário do que muitos pensam, não representa somente a LEI, a Torah, conforme tentam alegar principalmente no judaísmo rabínico atual, ele também representa a salvação e redenção através da Fé, e podemos ler sobre isso nos diversos relatos existentes no Pentateuco,, todos, segundo a tradição, escritos por Moisés, o Legislador.
“Então o levou para fora, e disse: Olha agora para o céu, e conta as estrelas, se as podes contar; e acrescentou-lhe: Assim será a tua descendência. E creu Abrão no Senhor, e o Senhor imputou-lhe isto como justiça. Disse-lhe mais: Eu sou o Senhor, que te tirei de Ur dos caldeus, para te dar esta terra em herança.”
וַיּוֹצֵ֨א אֹת֜וֹ הַח֗וּצָה וַיֹּ֙אמֶר֙ הַבֶּט־נָ֣א הַשָּׁמַ֗יְמָה וּסְפֹר֙ הַכּ֣וֹכָבִ֔ים אִם־תּוּכַ֖ל לִסְפֹּ֣ר אֹתָ֑ם וַיֹּ֣אמֶר ל֔וֹ כֹּ֥ה יִהְיֶ֖ה זַרְעֶֽךָ׃ 6 וְהֶאֱמִ֖ן בַּֽיהוָ֑ה וַיַּחְשְׁבֶ֥הָ לּ֖וֹ צְדָקָֽה׃ 7 וַיֹּ֖אמֶר אֵלָ֑יו אֲנִ֣י יְהוָ֗ה אֲשֶׁ֤ר הוֹצֵאתִ֙יךָ֙ מֵא֣וּר כַּשְׂדִּ֔ים לָ֧תֶת לְךָ֛ אֶת־הָאָ֥רֶץ הַזֹּ֖את לְרִשְׁתָּֽהּ׃
Genesis 15:5–7
Este texto acima é muitas vezes desapercebido durante a leitura do Livro de Gênesis e do Pentateuco, principalmente por que nossas mentes de uma forma geral procuram os eventos e os mandamentos, e não estamos condicionados e procurar a teologia que está pode detrás dos relatos bíblicos. A palavra em Hebraico usada neste texto para Justiça é a mesma que para bondade, misericórdia e justificação.
Portanto, segundo o texto que lemos aqui, o próprio Abraão, foi justificado ou agraciado pela fé e não pelo cumprimento dos mandamento, mas sem dúvida alguma, era esta fé que levava Abraão a ser fiel e obediente ao Eterno. É importante salientar que esta mensagem passada por Moisés se repete o tempo todo, em todo Pentateuco, mas novamente, nossas mentes estão condicionadas a leitura dos mandamento e a ter menos atenção com os detalhes teológicos.
A destruição de Satã é parte da graça divina
Se voltarmos na cronologia do Gênesis até o Éden, veremos que até mesmo a promessa do extermínio do Mal, dada a Adão e a Eva no jardim, não dependia de mandamentos, não dependia de rituais, não dependia de religião, não havia nem mesmo uma condição, havia apenas uma promessa de um bem maior, que traria o fim do sofrimento eterno da humanidade, isto, mesmo sem estar explícito, se chama na Palavra de Deus, Graça Divina, uma dádiva que recebemos sem merecimento algum.
“Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”
וְאֵיבָ֣ה ׀ אָשִׁ֗ית בֵּֽינְךָ֙ וּבֵ֣ין הָֽאִשָּׁ֔ה וּבֵ֥ין זַרְעֲךָ֖ וּבֵ֣ין זַרְעָ֑הּ הוּ֚א יְשׁוּפְךָ֣ רֹ֔אשׁ וְאַתָּ֖ה תְּשׁוּפֶ֥נּוּ עָקֵֽב׃
Genesis 3:15
Um Profeta Superior a Moisés
No estudo anterior, mostrei através do milagre da transformação de Água em Vinho que Yeshua era superior a Moisés. Moisés, o Legislador, havia transformado algo que era a vida para o Egito em morte, as águas do rio transformadas em sangue levaram a morte imediata de toda a vida que existia no rio. Porém, a água transformada em vinho, trouxe a alegria para o casamento, e na última ceia passou a simbolizar o Sangue de Yeshua que foi derramado para termos vida nele:
“Ao que lhe replicou o Senhor: Quem faz a boca do homem? ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego?. Não sou eu, o Senhor?”
Exodo 4:11
A preocupação de Moisés estava em se ele seria capaz ou não de ser o enviado de Deus para libertação do Povo de Israel da Escravidão do Egito. A preocupação de Yeshua era fazer somente aquilo que ele ouvia do PAI. Aqui podemos ver que quando Moisés argumenta sua incapacidade, Adonai questiona a Moisés sobre quem é que faz todos os que falam, os que não falam, os que ouvem, os que não ouvem, os que vêem e os que não vem. No caso de Yeshua, a situação é completamente contrária, ele sabe que foi enviado, então veja a resposta que ele dá a João Batista quando seus discípulos vem fazer a pergunta sobre se era o enviado:
“E João, chamando a dois deles, enviou-os ao Senhor para perguntar-lhe: és tu aquele que havia de vir, ou havemos de esperar outro? Quando aqueles homens chegaram junto dele, disseram: João, o Batista, enviou-nos a perguntar-te: és tu aquele que havia de vir, ou havemos de esperar outro? Naquela mesma hora, curou a muitos de doenças, de moléstias e de espíritos malignos; e deu vista a muitos cegos. Então lhes respondeu: Ide, e contai a João o que tens visto e ouvido: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado a boa nova.”
Lucas 7:19–22
Aqui podemos ver maravilhosamente que Yeshua não somente sabia o seu papel como profeta semelhante a Moisés, mas também de que seu ministério era superior ao de Moisés, pois não tinha o objetivo terreno de retirar seu povo da escravidão física ou dos impostos de Roma, mas de levá-lo a verdadeira libertação. Mais do que ser livre fisicamente, o ser humano necessita ser livre do pecado, da maldição e da condenação eterna, portanto, aqui podemos ver claramente a superioridade do ministério da Salvação.
Moisés, uma Prefiguração de Jesus
Moisés é sem dúvida alguma uma prefiguração do Messias, o Eterno manifestado em carne e sangue. Ele vem para libertar o povo da escravidão do Egito, para ensinar-lhes a obedecer os Mandamento do Eterno, ainda que de forma limitada, parcial e temporal. Quando Yeshua vem nos ensinar a obedecer segundo o Espírito de Deus, de forma completa, perfeita e eterna. Esta prefiguração de Moisés revela a natureza do primeiro advento do Messias Yeshua, cuja função e vir como Moisés, manso e suave, alguém que é um modelo para seguirmos.
Josué, o sucessor e a prefiguração do segundo advento
Josué, o sucessor de Moisés não conseguiu verdadeiramente assumir o caráter do Profeta como Moisés, ele tem o Mesmo nome de Yeshua ou Yehoshua, aquele que é o redentor, mas seu ministério é parcial, incompleto e temporal. A tarefa de Josué era conquistar a Terra Prometida, mas ele falhou em sua tarefa. Foi por este motivo que Adonai enviou os juízes, e posteriormente os reis de Israel e Judá, para continuar, aos poucos a conquista.
A tarefa de fazer o povo, de uma vez por todas, receber a herança que lhes foi prometida, será cumprida no segundo advento de Yeshua, quando ELE estabelecerá o reino milenar, mas este é um assunto para outro estudo que estaremos publicando aqui em nosso site.
No próximo estudo estarei trazendo outros aspectos da semelhança porém superioridade de Yeshua como quem cumpriu a profecia descrita por Moisés – Moshe, quando este ainda estava na peregrinação no deserto com o Povo de Israel.
Que Adonai os abençoe desde Sião, Miguel Nicolaevsky