Hamas inverte narrativa e culpa Israel pelo fracasso das negociações

Após nova proposta dos EUA, grupo terrorista afirma estar “pronto para negociar”, mas condiciona libertação dos reféns a exigências inaceitáveis para Israel, em mais uma manobra de propaganda.


O anúncio “conciliador” do Hamas

Neste fim de semana, o Hamas divulgou um comunicado afirmando estar disposto a retomar as negociações para a libertação de todos os reféns em Gaza. Segundo o grupo, essa abertura estaria vinculada a um fim formal da guerra, à retirada completa de Israel da Faixa de Gaza e à criação de um comitê palestino independente para administrar o território.

O comunicado surgiu logo após Washington declarar que Israel aceitou os princípios de uma nova proposta de acordo, o que pressiona o Hamas a responder.


A resposta de Israel

Fontes oficiais em Jerusalém classificaram a declaração como “mais um giro de propaganda sem nada de novo”. Israel reafirma que o fim da guerra depende de quatro pontos inegociáveis:

  • Libertação de todos os reféns;
  • Desarmamento do Hamas;
  • Desmilitarização da Faixa de Gaza;
  • Controle de segurança israelense com transição para uma administração civil que não favoreça o terrorismo.

As condições apresentadas pelo Hamas colidem diretamente com esses princípios, tornando inviável qualquer acordo imediato.


O padrão de “sim, mas”

Desde dezembro de 2024, o Hamas repete a mesma estratégia: declara “aceitar em princípio” propostas de cessar-fogo, mas atrela sua participação a pré-condições máximas que inviabilizam o avanço. Assim, constrói a narrativa de que Israel é o verdadeiro obstáculo.

A sincronização das declarações também é calculada: sempre após pressões públicas dos EUA ou de outros mediadores, de modo a projetar imagem de cooperação e transferir o ônus do fracasso para Israel.


O objetivo da manobra

Ao anunciar disponibilidade “imediata” para negociações, mas exigir previamente o fim da guerra e a retirada total, o Hamas consegue:

  1. Ganhar capital simbólico ao se apresentar como parte “colaborativa”;
  2. Acusar Israel de obstruir o processo quando as conversas travam;
  3. Preservar seu poder em Gaza ao rejeitar qualquer exigência de desarmamento real.

Conclusão

O movimento mais recente do Hamas não representa uma abertura genuína, mas sim uma tática de comunicação. O grupo projeta moderação enquanto mantém condições impossíveis para Israel, garantindo a repetição do ciclo de expectativas e frustrações.

Enquanto as partes não concordarem em inverter a ordem — primeiro libertação dos reféns e desarmamento, depois fim formal da guerra — cada novo anúncio continuará servindo mais para guerra de narrativas do que para negociações reais.

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