Chefe da AIEA, sob proteção intensiva diante de ameaças iranianas

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, está recebendo proteção em regime de plantão 24 horas por dia nas últimas semanas por parte de uma unidade de elite dos serviços de segurança austríacos — após inteligência austríaca receber relatos sobre uma ameaça específica ligada ao Irã.

Motivações das ameaças iranianas

Por outro lado, não se trata de apenas mais uma ameaça iraniana, elas não surgem no vácuo. Sendo assim, a ditadura iraniana é especialista em espalhar o terrorismo e o medo. Esta ameaça é somente mais uma pequena parte do terror psicológico A tensão escalou após o conflito de 12 dias em junho entre Israel e o Irã, motivado em parte por relatórios da AIEA que levantaram preocupações sobre o programa nuclear iraniano. O Irã classificou esses documentos como enviesados e sem base, chegando a pedir publicamente o julgamento ou destituição de Grossi

Autoridades iranianas até chegaram a sugerir que Grossi deveria ser julgado à revelia, enquanto o jornal conservador Kayhan chegou a exigir sua execução, acusando-o de espionagem israelense.

Evacuação e retorno dos inspetores da AIEA ao Irã

Após o fim do conflito, e temendo pela segurança de sua equipe, Grossi promoveu uma evacuação discreta dos inspetores da agência por via terrestre com autorização do governo iraniano. Mais tarde, em relatórios contraditórios, a Fox News sugeriu que inspetores já haviam retornado ao Irã — embora não esteja claro onde e sob quais condições.

Reação internacional e contexto diplomático

O Reino Unido, a França e a Alemanha condenaram firmemente as ameaças contra Grossi. Este países pediram que o Irã garantisse a segurança dos agentes da AIEA em seu território. Sendo assim, o Iran deve ser responsável por qualquer dano aos representantes da AIEA. Por outro lado, internamente, a retórica iraniana manifesta desconfiança com o órgão e seu chefe — como observou o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, que afirmou que o “ação militar israelense violou a Carta das Nações Unidas e o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP)”, e que a agência falhou em condenar tais ataques.

Riscos técnicos adicionais

Grossi também alertou sobre riscos de contaminação radiológica e química nos locais atingidos. Entre eles, a usina de enriquecimento de urânio de Natanz, onde a presença de gás hexafluoreto de urânio (altamente tóxico) representa perigo, ainda que as medições externas de radiação permaneçam dentro do normal.

Quem é Rafael Grossi?

Argentino, nascido em 1961, Grossi ocupa o cargo de diretor-geral da AIEA desde dezembro de 2019. Ele tem uma longa carreira diplomática e em controle nucleares. Grossi também já atuou como chefe de gabinete da própria agência e foi representante argentino junto à ONU.

Conclusão

Portanto, a intensificação da segurança em torno de Rafael Grossi representa um sintoma alarmante da escalada de tensão entre o Irã e a AIEA. Isso ocorre em meio a um cenário regional marcado por confrontos bélicos e acusações de parcialidade. Sob o risco real e imediato à sua integridade, Grossi se mantém como peça central para retomar a cooperação técnica e diplomática. Por enquanto o mundo observa se a AIEA conseguirá preservar sua neutralidade e eficácia diante de pressões geopolíticas extremas.

Fonte: AP News, The Guardian, IsaelHayom, YnetNews, Iran International, Fox News, Wall Street Journal

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