Do Ícone terrorista à Desilusão: Zubeidi Admite o Fracasso da Luta Palestina

Do Ícone da Resistência à Voz da Desilusão: Zubeidi Admite o Fracasso da Luta Palestina

Quando nós pensamos que já vimos tudo, sempre há mais uma surpresa nas relações árabes palestinas com Israel. Por décadas, o nome Zakarie Zubeidi foi sinônimo de resistência palestina. Comandante dos Brigadas dos Mártires de al-Aqsa durante a Segunda Intifada, preso, fugitivo de uma das mais audaciosas evasões carcerárias da história israelense e até gestor de um teatro em Jenin — sua trajetória parecia a de um homem obstinado na causa da independência palestina.
Mas agora, em uma entrevista rara e surpreendentemente honesta ao New York Times, Zubeidi quebra o mito que ajudou a construir:

“Todo o combate palestino foi inútil. Não há solução de paz, nem militar. Israel não nos dará nada.”

Um balanço amargo

Libertado recentemente em troca de reféns, Zubeidi voltou para um cenário de destruição: Gaza em ruínas, grandes áreas de Jenin devastadas e sua própria casa situada em zona militar fechada. O golpe mais pessoal veio meses antes — seu filho de 21 anos morto em um ataque israelense em Tubas.
“Pergunto a mim mesmo: qual é a solução? Tentamos o fuzil, tentamos o teatro, tentamos a resistência cultural… nada funcionou”, admite.

Da arma ao palco — e de volta ao nada

Após anos no front armado, Zubeidi tentou trocar a violência pela arte, assumindo a direção de um teatro. Mas ironiza: “A imprensa disse que passei da luta armada para a cultural… mas até para abrir as portas do teatro, usei meu rifle”.
Preso novamente e submetido, segundo ele, a maus-tratos na prisão — alegações negadas pelo serviço penitenciário israelense —, Zubeidi participou da fuga cinematográfica de Gilboa, escapando por um túnel. A liberdade durou pouco: recapturado em semanas, viu a vida atrás das grades se tornar ainda mais severa.

Fracasso em todas as frentes

Na entrevista, Zubeidi sintetiza o impasse palestino:

  • A Intifada falhou.
  • A Autoridade Palestina falhou.
  • Israel é “forte demais para ser derrotado pela força” e “egoísta demais para recompensar a parceria palestina”.
    “Não podemos arrancar os israelenses daqui, e eles não podem nos arrancar. Estamos presos juntos — mas sem ferramentas para mudar isso.”

Do mito ao homem

Hoje, Zubeidi começa um doutorado em “Estudos Israelenses” na Universidade de Birzeit, buscando compreender melhor o conflito que marcou sua vida. Sua fala ecoa não como rendição, mas como diagnóstico brutal de um século de impasse:

“Sou prova viva de que, seja pela paz ou pela guerra, nada funcionou.”

Se quiser, posso também criar uma versão editorial de opinião baseada nesse caso, explorando as implicações políticas e psicológicas dessa confissão para a narrativa palestina e para a percepção internacional do conflito. Isso pode deixar o texto ainda mais forte e interpretativo.

Fontes

  1. Entrevista de Zakarie Zubeidi ao The New York Times – publicada em 2025, onde ele declara que a luta palestina foi “inútil” e descreve a destruição de Gaza e Jenin.
  2. Reportagem do Ynet – “זכריא זביידי מודה בריאיון חריג: ‘כל המאבק הפלסטיני היה חסר תועלת’” (Zakarie Zubeidi admite em entrevista rara: ‘Toda a luta palestina foi inútil’), 12 de agosto de 2025.
  3. Declarações públicas de Zubeidi durante julgamentos e entrevistas anteriores sobre sua trajetória e visão de conflito.
  4. Foto Ilustração: PixaBay.com

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