“Eles curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” — Jeremias 6:14
Ninguém mais anseia pela paz do que o povo Israelense, enquanto a morte é considerada sagrada pelos muçulmanos e eles se consideram santos ao morrer matando judeus, os judeus consideram a vida sagrada. Enquanto Hamas usa cada morte como troféu para santificar a sua causa, o extermínio de Israel. No lado israelense, a dor da perda de uma alma é grande, e o país faz de tudo para trazer de volta não somente seus vivos, mas também seus mortos. Neste anseio, eles estão dispostos a ir longe, fazer de tudo para terminar com uma guerra sangrenta sem precedentes. Porém o medo de uma nova trama terrorista é visível, Netanyahu deixa claro em seus discursos que Hamas precisa ser eliminado, pois o grupo terrorista prometeu perpetuar a política do massacre de 7 de Outubro de 2023.
As recentes movimentações diplomáticas no contexto da guerra entre Israel e Hamas revelam um momento de tensão extrema, mas também um esforço intenso para buscar uma saída negociada ao conflito. Diversos atores internacionais — Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Estados Unidos, Nova Zelândia, entre outros — apresentam visões distintas, porém interligadas, sobre como encerrar a guerra, restaurar direitos e promover um horizonte de paz para Gaza e toda a região.
Encontros de alto nível: Emirados e apelos por cessar-fogo
Sheikh Abdullah bin Zayed, Ministro de Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, encontrou-se com o Primeiro-Ministro israelense Benjamin Netanyahu em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU. Nesse encontro, Abdullah enfatizou a urgência de acabar com a guerra em Gaza.
Apesar da normalização de relações entre Israel e Emirados em 2020 por meio dos Acordos de Abraão, há tensão crescente, especialmente com o risco de anexação de partes da Cisjordânia, que os Emirados consideram prejudicial para as relações diplomáticas.
Propostas de paz: o plano de 21 pontos dos EUA
O presidente Donald Trump apresentou aos líderes árabes um plano de 21 pontos com várias medidas para pôr fim à guerra em Gaza. Entre seus elementos principais, destacam-se:
- Libertação de todos os reféns remanescentes
- Cessar-fogo permanente
- Desarmamento do Hamas
- Retirada gradual de tropas israelenses da Faixa de Gaza
- Modelo de governança para Gaza sem envolvimento do Hamas
- Garantias de que Israel não anexará a Cisjordânia
- Fortalecimento da participação de estados árabes e islâmicos na reconstrução e administração do território
O plano foi recebido com cautela — algumas nações árabes demonstram simpatia por certos pontos, mas há discordância quanto à implementação, especialmente no que tange aos direitos dos palestinos, à exigência de que o Hamas abandone sua presença e ao grau de supervisão internacional necessário.
Críticas e contrapropostas: Arábia Saudita e o mundo árabe
A Arábia Saudita tem se pronunciado fortemente contra propostas que violem os direitos palestinos, como a anexação ou a expulsão de populações. O reino delineou contrapropostas que defendem:
- A libertação de milhares de prisioneiros palestinos, inclusive com penas perpétuas
- Garantia de ajuda humanitária imediata e ilimitada via ONU e organizações internacionais
- Desarmamento do Hamas
- Retirada gradual de Israel de Gaza
- Estabelecimento de corredores de segurança
- Uma oferta de anistia para líderes do Hamas em troca de sua saída de Gaza
- Compromisso dos EUA em impedir anexações ilegais
Essas propostas visam assegurar que qualquer acordo esteja alinhado com o direito internacional e com as aspirações de autodeterminação palestina — notadamente a solução de dois Estados.
Nova Zelândia: Reconhecimento condicionado e a posição moral
A Nova Zelândia, representada pelo Ministro das Relações Exteriores Winston Peters, declarou que não reconhecerá um Estado palestino enquanto o Hamas controlar Gaza.
Segundo Peters, há muitas incertezas relacionadas ao futuro governo palestino, à segurança e à autoridade real em Gaza. Reconhecer prematuramente um Estado sob domínio do Hamas poderia complicar ainda mais os esforços de mediação.
Tensões entre declarações de paz e retórica de guerra
Enquanto governos negociam planos de paz e sugerem retirada de tropas, libertações de prisioneiros e cessar-fogo, há contrapontos dramáticos. Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, Netanyahu afirmou que Israel “deve terminar o trabalho” em Gaza, rejeitando reconhecimentos internacionais de um Estado palestino e tratando parte significativa das propostas como utópicas ou impraticáveis.
Essa dissonância entre apelos por diplomacia e posicionamentos beligerantes ressalta o quão frágil é o consenso internacional e o risco constante de escalada.
Possíveis Cenários e Desafios
- Cessar-fogo imediato seguido de rodadas diplomáticas — caminho mais desejado para aliviar a crise humanitária.
- Governança transitória e supervisão internacional — excluindo o Hamas do futuro governo de Gaza.
- Reconhecimento condicionado do Estado palestino — dependendo de segurança e estabilidade.
- Fracasso das negociações — se Israel ou Hamas rejeitarem cláusulas essenciais, o processo pode ruir.
Os líderes mundiais continuam a buscar fórmulas para a paz, mas sem uma transformação real de corações e propósitos, os acordos correm o risco de se tornar promessas vazias. A história bíblica e a atualidade demonstram que a paz construída apenas sobre interesses humanos e políticos é instável e frequentemente ilusória.
“Pois, quando disserem: Paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão.” — 1 Tessalonicenses 5:3