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“E armará as tendas do seu palácio entre o mar e o monte santo glorioso; mas chegará ao seu fim, e ninguém o ajudará.” (Daniel 11:45)
No coração do Neguev, entre o mar Mediterrâneo e o Monte Santo de Jerusalém, uma nova base multinacional foi erguida — e com ela, talvez, um dos capítulos mais sensíveis da história moderna de Israel.
O quartel americano instalado em Kiryat Gat, cidade estratégica no sul de Israel, não é apenas mais um ponto de cooperação militar. Ele representa o início de uma governança internacional sobre o território israelense e acende um alerta: estaria se cumprindo diante dos nossos olhos a profecia que fala das tendas armadas entre o mar e o monte santo?
A base que mudou a geopolítica de Israel
Segundo reportagens do YnetNews, Israel Hayom e The New York Times, o novo quartel americano em Kiryat Gat foi criado com o objetivo oficial de coordenar o cessar-fogo em Gaza e supervisionar a distribuição de ajuda humanitária.
Mas na prática, a base tornou-se um centro de comando internacional, reunindo soldados e diplomatas de países como França, Espanha, Alemanha, Austrália, Grécia, Reino Unido, Jordânia e Emirados Árabes Unidos — muitos deles críticos históricos de Israel.
O local, administrado sob comando direto dos Estados Unidos, abriga militares das Forças de Defesa de Israel (IDF), porém sob clara subordinação operacional ao comando americano.
Durante visita recente, o Secretário de Estado Marco Rubio deixou claro que o controle das ações parte de Washington, não de Jerusalém. A bandeira hasteada na base é a dos EUA — e não a de Israel.
De cooperação à supervisão
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tenta minimizar a interpretação de que Israel estaria cedendo parte de sua soberania, alegando tratar-se de uma “cooperação estratégica”. Afinal de contas, ele quer manter sua popularidade diante das eleições que estão por vir.
Porém, dentro das Forças Armadas e do meio político israelense cresce a percepção de que a presença militar estrangeira permanente representa algo sem precedentes: uma influência direta nas decisões de segurança nacional, algo que Israel sempre resistiu em aceitar.
A sede americana é comandada pelo diplomata Steve Feigin, nomeado por Marco Rubio, o Secretário do Estado Americano, e tem a função de coordenar o esforço civil-militar em Gaza — monitorando, minuto a minuto, o fluxo de caminhões de alimentos, energia e suprimentos.
Os americanos também controlam as comunicações e os relatórios de campo, criando um sistema de vigilância sem paralelo sobre o território palestino e, indiretamente, sobre Israel.
O eco de uma antiga profecia
Para estudiosos da Bíblia, o que está acontecendo em Kiryat Gat soa como um eco direto da profecia de Daniel 11:45. A propósito, o nome Kiryat Gat significa, a Cidade do Lagar. O lagar, em termos proféticos, está relacionado ao derramar da ira do Senhor.
O texto descreve um poder estrangeiro que arma suas tendas “entre o mar e o monte santo glorioso” — uma referência geográfica precisa à região entre o Mediterrâneo e Jerusalém, o mesmo eixo onde se encontra o novo quartel.
Essa imagem profética representa um tempo de grande tensão e interferência internacional, em que forças externas se estabelecem na Terra Santa sob o discurso de “paz e segurança”, mas acabam exercendo domínio sobre o destino do povo de Israel.
A base de Kiryat Gat, construída sob o pretexto de garantir o cessar-fogo, parece corresponder a esse cenário: um centro de comando global em solo israelense, onde decisões sobre guerra e paz passam a depender da aprovação de potências estrangeiras.
Entre soberania e dependência
Oficiais israelenses afirmam, em tom reservado, que a presença americana limita a liberdade de ação das IDF.
Mesmo diante de violações do Hamas, Israel encontra-se politicamente impedido de responder militarmente sem “consultar” seus aliados.
“Há uma locomotiva americana por perto — e Israel já não pode agir sozinho”, comentou uma fonte militar ao Israel Hayom.
O próprio Marco Rubio admitiu que “não há Plano B” além do proposto pelo ex-presidente Donald Trump — um plano de 20 pontos que inclui desmilitarização de Gaza, criação de uma força de estabilização e reconstrução supervisionada por Washington.
O problema, para muitos analistas, é que esse plano implica que Israel deixa de ser protagonista em seu próprio território.
Um sinal profético para os tempos atuais
Quando Daniel falou de tendas armadas “entre o mar e o monte santo”, ele descrevia um tempo de transição antes de um grande juízo divino, quando as nações se reuniriam na Terra Gloriosa. Não foi apenas Daniel que descreveu uma situação como esta. Muitos concluem que se trata do período de Antíoco Epifanes IV, outros apontam para Pompeu, mas será que não é para o nosso tempo? Somente os dias nos dirão.
Textos como Joel 3:2 e Zacarias 12:2-3 reforçam essa visão, afirmando que as nações “se congregarão contra Jerusalém” e que o Senhor julgará todos os que dividirem Sua terra.
O que hoje se apresenta como cooperação internacional pode, em um futuro próximo, evoluir para uma forma de controle global sobre o território e as decisões de Israel — algo que os profetas antigos já anunciaram como um sinal do fim dos tempos e da restauração final de Sião.
Um tempo de discernimento
O quartel de Kiryat Gat é, ao mesmo tempo, um símbolo de estabilidade e um alerta profético.
Ele demonstra que o mundo entrou numa nova fase de governança internacional sobre Israel, e que decisões antes soberanas agora passam por consultas e consensos globais. Os Estados Unidos tem tomado decisões que nem sempre estão de acordo com Israel. Muitas vezes Israel está sendo coagido por causa do poder diplomático e econômico americano.
Tal como nas palavras de Daniel, as “tendas” estão sendo armadas entre o mar e o monte santo — não apenas como estruturas físicas, mas como um sistema político que prepara o palco para eventos maiores. Agora estão presentes representantes dos EUA, França, Espanha e outros países, em território israelense, podendo dizer o que Israel pode ou não fazer. Esta é uma fase crítica para o Estado de Israel, e somente com muita sabedoria esta situação poderá ser revertida. Passos mal calculados poderá levar a sanções e a ações severas das superpotências contra o estado e o povo de Israel. Israel, mais do que nunca, precisa discernir entre o auxílio que fortalece e o domínio que aprisiona.