Um dos locais menos visitados e conhecidos na Terra Santa é Gibeão, ou Givon em Hebraico. Ela foi a cidade dos gibeonitas, um povo que enganou o Povo de Israel afim de não ser exterminado.
Posteriormente a cidade também abrigou o maior de todos os altares da Terra de Israel e era alí que os primeiros reis de Israel faziam os grandes sacrifícios ao Altíssimo.
Gibeão ou Givon está bem próxima a Mizpa ou Ramá, o local da casa do Profeta Samuel, local que foi centro espiritual e administrativo antes da unção de Saul como Rei de Israel.
A antiga cidade de Gibeão ou Gibeom (em hebraico: גבעון, hebraico padrão: Giv’on, hebraico tiberiano: Gibon) é hoje relacionada com a aldeia Al-Jib, a uns 9 km ao noroeste do monte do Templo em Jerusalém. Ali foram encontradas numerosas alças de jarros de barro com o nome Gibeão em caracteres hebraicos arcaicos. O vilarejo fica localizado em uma colina que se eleva uns 60 m acima da planície circunvizinha, as ruínas antigas abrangem cerca de 6 alqueres.
Nos últimos anos este lugar tem sido cenário de algumas escavações arqueológicas. Os arqueologistas descobriram um túnel de 51 metros escavado em rocha sólida. Este túnel era antigamente iluminado por lâmpadas colocadas em nichos em intervalos regulares ao longo das paredes. Este túnel, com sua escadaria de 93 degraus cortada na rocha, conduzia desde um lugar próximo até para dentro de Gibeão onda há um reservatório escavado numa caverna,
alimentado por uma fonte a cerca de 25 m abaixo da muralha da cidade. Isto assegurava aos gibeonitas um suprimento seguro de água mesmo em tempos de cerco.
Os arqueólogos descobriram também grande reservatório redondo, cortado na rocha, com um diâmetro de pouco mais de 11 metros, conhecido como a Piscina ou Cisterna de Gibeão.
Uma escadaria circular, cujos degraus têm a largura aproximada de 1,5 m, leva ao fundo, em sentido horário, beirando o poço. Do fundo do poço, a uma profundidade de 10,8 m, os degraus prosseguem por 13,6 m através numa galeria até a câmara da água. Não se tem certeza se este poço, ou reservatório, pode ser identificado com o reservatório bíblico “de água de Gibeão”. Mas a possibilidade de haver outro que tome o seu lugar é mínima.
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História de Gibeão
No tempo de profeta Josué, Gibeão era habitada pelos heveus, uma das sete nações cananéias destinadas à destruição. Os gibeonitas também eram chamados em alguns lugares de amorreus, visto que este nome às vezes parece ter sido aplicado de modo geral a todos os cananeus.
Diferente dos outros cananeus, os gibeonitas se deram conta de que, apesar da sua força militar e da grandiosidade da sua cidade na época, sua resistência fracassaria porque Adonai, o Deus de Israel, estava lutando pelo seu Povo. Assim, depois da destruição de Jericó e de Ai, os homens de Gibeão, evidentemente representando também as outras três cidades hevéias de Quefira, Beerote e Quiriate-Jearim, enviaram uma delegação a Josué em Gilgal, pedindo um acordo enganoso de paz.
Os embaixadores gibeonitas vestiram-se de trapos e sandálias gastas, e trazendo odres de vinho fermentado, sacos podres, e pão velho e em migalhas e apresentaram-se como vindo de uma terra distante, portanto, não estando no caminho das conquistas de Israel. Reconheceram o poder de Adonai, o Deus que tirou o seu povo do Egito e feriou aos reis amorreus, Síon e Ogue.
Mas, sabiamente, não fizeram menção do que acontecera a Jericó e a Ai, visto que isto os denunciaria como não sendo de uma “terra muito distante” antes da sua suposta partida. Os representantes de Israel examinaram sua proposta e aceitaram as evidências, fazendo com eles um pacto afim de deixá-los sobre viver.
Pouco depois, a trama mentirosa foi descoberta. Mas o pacto continuou em vigor; pois rompê-lo teria lançado dúvida sobre a fidelidade de Israel e causado desprezo ao nome de Deus entre as outras nações. Quando Josué revelou a astúcia dos gibeonitas, eles novamente reconheceram que Adonai estava com Israel e então se colocaram à mercê dele, dizendo: “Agora, eis que estamos na tua mão. O que for bom e direito aos teus olhos fazer conosco, f
aze-o.” Então, segundo as escrituras eles feitos ajuntadores de lenha e tiradores de água para o povo de Israel e para o altar de Adonai.
Embora Josué e os outros líderes tivessem sido enganados para fazer um pacto com os gibeonitas, isto, evidentemente, estava em harmonia com a vontade de Adonai. Uma prova disso se vê no fato de que, quando cinco reis amorreus procuraram destruir os gibeonitas, Adonai abençoou o socorro de Israel; ele até mesmo lançou grandes pedras de saraiva sobre os adversários e prolongou milagrosamente a luz do dia para que Josué e os Israelitas vencecem a batalha.
Sob o Controle de Israel. Depois disso, Gibeão passou a ser uma das cidades do território de Benjamim, designadas aos sacerdotes arônicos. O benjamita Jeiel, pelo que parece, ‘tornou-se pai’, ou fundador, duma casa ali. Um dos poderosos de Davi, Ismaías, era gibeonita, e o falso profeta Hananias, contemporâneo de Jeremias, procedia de Gibeão.
No século XI AC, Gibeão e sua vizinhança presenciaram um conflito entre o exército de Is-Bosete, sob o comando de Abner, e o exército do Rei Davi, sob a chefia de Joabe. Inicialmente, sem haver como resolver a questão de quem deveria ser rei sobre todo o Israel, travou-se um combate entre 12 homens de cada lado. Mas isto nada resolveu, pois cada guerreiro atravessou seu oponente com a espada, de modo que morreram todos os 24. Depois disso, rompeu-se um feroz combate, onde Abner perdeu mais homens do que Joabe. Ao todo, houveram 380 baixas, incluindo o irmão de Joabe, Asael, morto por Abner. Em vingança, por causa de Asael, Joabe assassinou Abner um tempo depois, perto da pedra grande em Gibeão, Joabe também matou seu próprio primo, Amasa, sobrinho de Davi, a quem Davi designara como chefe do exército.
No decorrer dos séculos, os gibeonitas originais continuaram a existir como povo, embora o Rei Saul queria destruí-los. Os gibeonitas, porém, esperaram pacientemente que Adonai, o Deus de Israel revelasse a injustiça feita por Saul.
Adonai trouxe uma sêca de três anos no reinado de Davi. Ao indagar a Deus o porque da sêca, Davi ficou sabendo havia uma culpa de sangue por parte de Saul que havia planejado exterminá-los. Davi então perguntou aos gibeonitas o que devia ser feito para se fazer expiação pelos pecados de Saul. Os gibeonitas responderam corretamente que não era uma “questão de prata ou de ouro”, porque, segundo a Lei, não se podia aceitar nenhum resgate pelo assassinato de seu homens. Reconheceram também que não podiam matar um homem sem autorização legal do Rei Davi.
Portanto, foi só depois de indagações adicionais feitas por Davi é que eles solicitaram que sete “filhos” de Saul lhes fossem entregues para serem mortos.
Durante a vida de Davi, o tabernáculo foi transferido inicialmente para Gibeão. Foi ali que Salomão ofereceu sacrifícios logo no começo do seu reinado. Foi também em Gibeão que Adonai lhe apareceu num sonho, convidando-o a pedir qualquer coisa que desejasse.
Em Isaías há uma menção sobre a antiga vitória que Adonai deu ao seu povo alí em Gibeão.
Em Mispá(bem próximo), não muito depois da menção profética de Isaías, Ismael teria assassinado a Gedalias, o governador designado por Nabucodonosor, rei de Babilônia. O assassino e seus homens também levaram cativas as pessoas remanescentes em Mizpá. Mas Joanã, acompanhado de seus homens, alcançou Ismael, junto às abundantes águas de Gibeão, e recuperou os cativos.
Os homens de Gibeão estavam entre aqueles que retornaram do exílio na Babilônia, em 537 AC, e alguns deles participaram mais tarde da reconstrução das muralhas de Jerusalém.
Atualmente
Nos dias de hoje a Antiga Gibeão está localizada dentro da aldeia Al-JIB, entre as altas colinas das montanhas da Judéia e junto a um vale estreito e alto em um dos caminhos principais que levam do Mediterrâneo para Jerusalém.
KO motivo pelo qual a visita no local é quase impossível é o fato de Al-JIB estar localizada dentro da area de controle total palestina, o que impede também uma pesquisa arqueológica mais profunda e prolongada, porém os indícios descobertos até agora confirmam boa parte do relato bíblico.
Nossa equipe trouxe aqui este artigo afim de que você possa conhecer um pouco mais sobre este local bíblico incrível cujos relatos remotam milhares de anos.
Se estiver em Israel e deseja contemplar a aldeia de JIB, local da antiga Gibeão, uma boa e segura opção é ver a aldeia desde a Casa do Profeta Samuel ( Nabi Samuel ) que está a cerca de 1 quilômetro ao norte do Bairro de Ramot em Jerusalém.