Quando visitei as ruínas de Tel Lakhish, ou seja, a cidade bíblica de Laquis, pude contemplar ali verdadeiras preciosidades arqueológicas, o que mais me impressionou é a existência de um dos palácios de Roboão, construído no século X AC, e que pode ter sido construído até mesmo anteriormente por Salomão, seu pai. As ruínas deste palácio fortaleza nos permitem ver as proporções e grandiosidade do que era ainda no final de uma monarquia unida ou início dos dois reinos.
Além do palácio fortaleza de Roboão, os visitantes podem ver os portais da
cidade que estão sendo cada vez mais revelados pelas escavações arqueológicas, principalmente o portal do Sul, cujos trabalhos de restauração se encontram bem avançados.
Laquis (em hebraico: לכיש) foi uma cidade situada na Shefela (Sefelá), ou a planície marítima de Filístia (Josué 10:3, 5; 12:11). Esta cidade foi mencionada primeiramente nas cartas de Amarna como as Lakisha-Lakiša (EA 287, 288, 328, 329, 335). Os Israelitas, sob liderança de Josué, capturaram Laquis, destruindo a cidade junto com outros Reis cananeus. (Josué. 10:31 – 33) Mais tarde o território foi concedido à tribo de Judá (15: 39).
A antiga Laquis ocupava uma posição estratégica numa estrada principal que ficava entre Jerusalém e o Egito. Pesquisas arqueológicas revelam que houve um tempo em que a cidade abrangia uma população de sete mil pessoas.
Durante o reinado de Roboão, Laquis tornou-se uma fortaleza militar (II Crônicas 11:5-12). Algum tempo depois, o rei Amasias foi a Laquis para escapar de seus conspiradores, mas foi encontrado e assassinado (2 Reis 14:19;2 – Crônicas 25:27).
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Senaqueribe e a cidade de Laquis
O rei assírio Senaqueribe sitiou Laquis em 701 a.C. Segundo o relato bíblico, ele teria enviado Rabsaqué, Tartán e Rabsarís, com uma poderosa força militar num esforço em fazer com que o rei Ezequias se rendesse, mediante burlas e cartas que desafiavam a YHVH. Mas o resultado foi que, segundo a Bíblia, um anjo de Deus aniquilou 185 000 soldados numa única noite. (II Reis 18:14,17-35;19:8-13;32-35) (Isaías 36:1-20;37:8-13,33-36).
Numa representação do sitio de Laquis, encontrada no palácio de Senaqueribe em Nínive, a cidade aparece cercada por um muro duplo, que tinha torres a intervalos regulares. A cena que mostra Senaqueribe recebendo despojos de Laquis tem a seguinte inscrição: “Senaqueribe, rei do mundo, rei da Assíria, sentou-se em um trono nimedu e revistou o despojo tomado em Laquís (la-kí-su)”(A sabedoria do Antigo Oriente, edição de J.B. Pritchard,1966,pág.237)
Abaixo, o painel de Laquis, hoje no Museu Britânico em Londres, foi encontrado em Nínive e foi feito por ordem de Senaqueribe para relatar o cerco da cidade.
Nabucodonosor e as Cartas de Laquis
Nabucodonosor comandou o exército babilônico quando eles invadiram a Judeia, as cidades de Laquis e Azeca foram as ultimas cidades que caíram antes que Judá fosse tomada (Jeremias 34:6,7). As Cartas de Laquis foram descobertas em fragmentos de cerâmica encontrados em Tell ed-Duweir em 1935 e outras três em 1938, parecem estar bem relacionadas com este período. Uma das cartas dirigida ao comandante de um grupo militar que estava em Laquis, declara:
“Estamos atentos aos sinais de Laquis, segundo todas as indicações que meu senhor deu, porque não podemos ver Azeca.” A sabedoria do Antigo Oriente, página 252.
Este mensagem parece indicar que Azeqah já tinha sido tomada, pois não se viam sinais de lá, mas há acadêmicos que alegam que isto não é certo, mas é somente um relato de que não poderiam ver as tochas de Azeca devido a diferença de altitude e porque alguns montes impedem a visão da mesma desde Laquis. É interessante que todas as cartas legíveis têm expressões que mostram o uso comum do nome divino:
“Que יהוה [Yawé ou Jeová] faça que meu senhor ouça hoje mesmo notícias de paz.” Lachish Ostracon IV, Ancient Near Eastern Texts, p. 322.