Visita ao Monte Gerizim, Samaria em Sukkot

Todos os anos, durante as principais festas do Povo de Israel sempre escolho uma visita a um local especial, no último Pessach visitei o Monte Gerizim e trouxe aqui para você o relato sobre a cidade samaritana sobre aquele monte que é considerado o mais sagrado para os membros da religião dos Samaritanos, desta vez, o meu desejo foi visitar a Samaria do Tanah ( “Velho Testamento” ), e trazer aqui um resumo dos principais fatos históricos, descobertas arqueológicas e uma coleção de fotos.

A Samaria Bíblica dos Reis de Israel e do Novo Testamento

O significado da palavra é ‘guardar ou prestar atenção’ mas de acordo com 1 Reis 16:24, deriva de Shemer, de quem Omri, Rei de Israel, comprou este local.

1. Samaria é uma cidade que durante o reino dividido de Israel foi a capital do reino do norte. Foi tomada pelos Assírios em aproximadamente 722 a.C. Samaria segundo a Bíblia (Fonte: Bíblia Online): A província da Samaria compreendia primeiramente todo o território ocupado pelas dez tribos revoltadas, as quais se reuniram sob o governo de Jeroboão. Estendia-se desde Betel até Dã, e desde o mar Mediterrâneo até à Síria e Amom.

Este território foi diminuído pela inclusão das tribos de Simeão e Dã no reino de Judá – pelas conquistas de Hazael (2 Rs 10.32), de Pul e Tiglate-Pileser (2 Rs 15.29 – 1 Cr 5.26), e finalmente pelas vitórias de Salmaneser (2 Rs 17.5,6). Depois deste último foi Samaria terra de completa desolação (2 Rs 17.23 – 21.13), sendo depois repovoada por estrangeiros durante os anos do cativeiro (2 Rs 17.24 – Ed 4.10). (*veja Israel (Reino de).

2. A cidade de Samaria, capital das dez tribos, era uma cidade forte, semelhante à de Jerusalém. Estava situada a meio caminho do Jordão ao Mediterrâneo, ao oriente da planície de Sarom, no alto de um alto monte, acessível de uma parte, e bem protegido pela outra. Foi edificada por Omri, rei de Israel, que comprou o monte de Samaria a Semer por dois talentos de prata (1 Rs 16.24). Os reis empreenderam muitas obras na cidade de Samaria para a tornarem forte, bela, e rica. Acabe construiu uma casa de marfim (1 Rs 22.39) – e o profeta Amós descreve a cidade como sendo a sede do luxo e efeminação (Am 3.15 – 4.1,2). A vida de Acabe e a sua morte, e também o culto a Baal, acham-se relacionados com a cidade de Samaria (1 Rs 16.32 – 22.38 – 2 Rs 10.1 a 28 – 2 Cr 18).

Foi ali que, o profeta Eliseu exerceu o seu ministério (2 Rs 5 – 6.1 a 20 – 7). Por duas vezes foi cercada a cidade de Samaria, mas sem resultado, pelos sírios (1 Rs 20.1 a 34 – 2 Rs 6.24 – 7.20), sendo tomada mais tarde, depois de um cerco de três anos. o assédio, principiado por Salmaneser IV, foi concluído por Sargom no ano 722 a.C. (2 Rs 17.5,6). os habitantes sofreram horrivelmente durante esse tempo, e esses sofrimentos acham-se descritos por Oséias (10.4,8,9)

Em Miquéias (1.6) diz que a cidade foi reduzida a um montão de pedras. Subjugada a cidade, mandou Sargom os seus habitantes para longe, estabelecendo-os em sítios que ficavam muito longe do país de Israel. Em conformidade com a política dos conquistadores da antigüidade, Sargom e, mais tarde, Esar-Hadom, repovoaram Samaria com gente da Babilônia, de Cuta, e de outras províncias longínquas, sendo o seu fim certamente destruir os sentimentos nacionais entre os povos conquistados (2 Rs 17.24 – Rd 4.2).

Os cutitas reedificaram até certo ponto a destruída cidade, e, quando os judeus voltaram do seu cativeiro, foi residiram alí um certo número deles que casaram com suas mulheres estrangeiras (Ed 4.17 – Ne 4.2). A Samaria continuou, sem grandes mudanças, até que Aulo Gabínio, enviado de Pompeu, a reedificou no ano 60, mais ou menos. Permaneceu ainda como lugar insignificante até que Herodes a mandou novamente edificar, adquirindo essa cidade um esplendor ainda maior do que o de outros tempos, recebendo, então, o nome de Sebastia, que quer dizer Augusta, segundo o nome do imperador romano.

Por vontade de Herodes foi aquela antiga povoação convertida em cidadela, maior do que tinha sido em qualquer tempo, e para mais a embelezar mandou construir um magnífico templo, do qual apenas se podem-se ver hoje algumas colunas. Estas ruínas acham-se na parte exterior da atual pequena vila de Sebastia, que representa hoje a antiga capital dos reis de Israel. Depende da presença ou da ausência do artigo grego, em At 8.5, o ser ou não ser a cidade de Samaria mencionada no N.T. Herodes morreu no ano 4 (a.C.), quando a Samaria fazia parte dos domínios de seu filho Arquelau.

3. Segundo a tradição, foi João Batista sepultado em Sebastia, e como prova desse fato se mostram as ruínas de uma igreja com o nome do pregador do deserto.

A província de Samaria, nos tempos do N.T., estava situada entre a Judéia e a Galiléia (Lc 17.11) – era limitada ao norte pela série de montes que formam o limite meridional da planície de Esdrelom e ao sul pela fronteira setentrional de Benjamim. Foi atravessada por Jesus Cristo (Jo 4.4 a 43), e em parte muito cedo recebeu a luz do Evangelho (At 8.5 a 25).

Mapa das Ruinas da Cidade de Samaria em Israel.
Samaria, ou a Shomron (Hebraico: שֹׁמְרוֹן‎, Hebraico Tiberiano ©ōmərôn; Arabe: سامريّون, Sāmariyyūn ou ألسامرة, as-Samarah – conhecido como جبال نابلس, Jibal Nablus; Grego: Σαμαρεία) é o termo geografico utilizado para designar a região entre o sul da Galileia e o norte da Judeia em Israel.

“וְהָיָה, כִּי יְבִיאֲךָ יְהוָה אֱלֹהֶיךָ, אֶל-הָאָרֶץ, אֲשֶׁר-אַתָּה בָא-שָׁמָּה לְרִשְׁתָּהּ–וְנָתַתָּה אֶת-הַבְּרָכָה עַל-הַר גְּרִזִים, וְאֶת-הַקְּלָלָה עַל-הַר עֵיבָל.”
“E Será que quando Adonai trazer a terra, a qual herdarás, e proclamarás a benção sobre o Monte de Gerizim e a maldição sobre o Monte Ebal.”

Este monte hoje é considerado o centro da fé dos Samaritanos desde o tempo dos reis até os dias de hoje. Anualmente estes realizam ali a tradicional páscoa samaritana com o sacrifício de cordeiros conforme no dia em que o povo saiu do Egito.

Para os Samaritanos, este é o Monte Moriah, onde quase teria ocorrido sacrifício de Isaque pela mão de Abraão. Segundo os mesmos, a santidade do monte teria sido declarada por Moisés, e este é o motivo pelo qual Josué teria construído ali o Altar de Sacrifícios, sobre o que seria, a “Colina do Mundo”.


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De acordo com a própria tradição samaritana, houve um conflito entre Eli e Azi, os sacerdotes descendentes de Arão, com isso Eli teria levado a divisão do povo, uma parte teria ficado com os samaritanos e outra com os israelitas(Judá).

Flávio Josefo relatou que a conquista da terra santa por Alexandre o Grande permitiu aos samaritanos s construção de um templo sobre o monte, que foi posteriormente destruído em 128 AC. O local ficou deserto até o século II, quando Antonius Pios construiu sobre ele um santuário pagão e em 484 foi construído ali uma igreja a qual foi fortificada por Justiniano no século VI, e destruída no século VIII pelos muçulmanos.

Outras informações

O Monte se sobre põe sobre a cidade de Nablus(Shechem) a mais de de 500 metros de altitude. Em sua parte superior do monte este está coberto de Pinheiros e no seu topo um panorama sobre toda a Samaria.

Em um estudo arqueológico na região, foi achado uma cidade que teria sobrevivido até o segundo século A.C. e que teria o seu fim em chamas, comprovando assim o relato de Flávio Josefo a respeito de sua destruição.

Na mesma área foi achada uma construção a qual assemelha-se ao templo construído pelos samaritanos, e no meio deste restos do que seria uma igreja conforme relatos históricos.

Na área do templo há uma grande rocha com marcas(Givat Olam, Colina do Mundo), reconhecido pelos samaritanos ser o local do “sacrifício de Isaque”, para eles aqui estaria a Tenda da Revelação, o Santo dos Santos, por isso também é chamado de Beith El(Betel, Casa de Deus). Neste local é realizado anualmente a cerimonia da pascoa pelos samaritanos.

Junto dali há uma vila samaritana, onde moram a maioria dos samaritanos sobre o monte Gerizim, junto as residências há também ruínas de um templo romano, segundo pesquisas seria este o templo construído por Antonius Pios.

Sinagoga Samaritana com 1500 anos de idade descoberta em Beit Shean

Em escavações arqueológicas da Autoridade de Antiguidades de Israel está a realizar em Bet Shean, com financiamento do Ministério da Construção e Habitação:

Uma inscrição encontrada foi lá que diz: “Este é o Templo”

Uma sinagoga Samaritana, c. 1.500 anos de idade, foi descoberto antes das férias, a sudoeste de Bet Shean.

Os restos de uma sinagoga e fazenda que funcionava no período bizantino tardio, que eram desconhecidos até agora, foram expostas em uma escavação arqueológica realizada em nome da Autoridade de Antiguidades de Israel e aprovado pelo Ministério da Construção e da Habitação, antes do alargamento de uma área residencial ao sul de Bet Ela, um meio quilômetro a oeste da rodovia Vale do Jordão (Estrada 90).

Segundo o Dr. Walid Atrash e Ya’aqov e o Sr. Harel, diretores da escavação para a Autoridade de Antiguidades de Israel, “A descoberta de uma outra sinagoga Samaritana no sul da região agrícola de Bet Shean não era de nossos conhecimentos existentes e nos traz a luz sobre a população samaritana deste período. Parece que as estruturas descobertas foram construídas no final do século V DC e continuaram a existir até a véspera da conquista muçulmana em 634 DC, quando os samaritanos abandonaram o complexo. A sinagoga que está sendo revelada desempenhou um papel importante na vida dos agricultores que habitavam a região, e serviu como centro da vida espiritual, religiosa e vida social. No período bizantino (século IV DC) Bet Shean se tornou um centro samaritano importante sob a liderança de Baba Rabá, momento em que os samaritanos eram concedidos a soberania nacional e livres para decidir seu próprio destino. Este foi o caso até o fim do reinado do imperador Justiniano, quando os samaritanos se revoltaram contra o governo. A rebelião foi derrotada e os samaritanos deixaram de existir como uma nação “.

O edifício que foi exposto consistiu de um salão retangular (5 x 8 metros), a frente da face ao sudoeste, em direção ao Monte Gerizim, que é o mais sagrado para com os samaritanos. Cinco recessos retangulares foram construídos nas paredes da sala de oração em que bancos de madeira foram provavelmente instalado. O chão da sala era revestido com um mosaico colorido, decorado com um padrão geométrico. No centro do mosaico há uma inscrição em grego, dos quais uma parte da sua última linha foi revelada:

Onde está escrito “Este é o templo”.

Segundo a Dra. Lia Di Segni, da Universidade Hebraica de Jerusalém, que traduziu a inscrição, o plano do edifício, a orientação e o conteúdo de inscrição estão de acordo com uma sinagoga Samaritana.

É bem sabido que duas sinagogas Samaritanas foram descobertas no passado em Bet Ela, uma chamada de “Bet Leontis” e consiste em um complexo de moradias dispostas em torno de um pátio, uma sala de orações pequenas (7 x 7 metros) que serviu como parte de uma pousada que está localizada no sul do edifício. A segunda – a sinagoga Samaritana, localizado em Tel Iztabba – está situada fora das muralhas bizantinas.

Uma fazenda que se estende por uma área superior a 1.500 metros quadrados, foi exposta ao lado da sinagoga. Ela foi composta de um pátio central rodeado por armazéns e na sua parte sul, houve uma residência, um salão de convidados e instalações industriais.